Salmodia

Caríssimos, o salmo 19 vem iluminar nosso coração neste mês que estamos refletindo sobre a palavra de Deus, mês da bíblia, tempo favorável para abrirmos o coração ao que a santa palavra de Deus nos fala. De uma maneira especial recordo aqui a exortação apostólica Evangelii Gaudium “A Alegria do Evangelho”, este valioso presente que o santo padre o papa Francisco nos deu no ano de 2013, na qual trata da alegria despertada em cada um de nós pelo encontro com Cristo e com Deus, sobretudo através da sagrada palavra.
          Sem a referência constante à palavra de Deus, anunciada, acolhida e vivida como uma experiência pessoal de encontro com Deus na Igreja, perdemos a nossa referência religiosa principal, que é a acolhida do dom de Deus e da salvação em Cristo Jesus; enquanto igreja somos discípulos e servidores da Palavra de Deus e testemunhas do seu amor  derramado em nossos corações. Refletindo o salmo não podemos deixar de destacar que este faz referência à pessoa de Cristo, pois Ele é o Verbo de Deus encarnado, a palavra fiel e verdadeira, que permanece para sempre (Hb 13:8), louva a revelação de Deus na natureza e pela palavra escrita, palavra que é fonte de vida, de ensinamento e sobretudo luz para nossa vida.

Nestes versículos, o salmo nos ensina a buscar socorro em Deus, para vencermos todas as tramas contra nós e todas as adversidades. A vida do oprimido e marginalizado parece triste e sem sentido. Deus porém, está com ele, dando sentido ao sofrimento de sua vida. Este salmo nos mostra que o lugar mais protegido e afastado das garras do mal são os braços do Senhor. Através dele somos chamados a confiar na bondade e no poder de Deus.

Caros leitores, a coluna Salmodia irá nos apresentar a reflexão de um salmo, fonte rica de inspiração para nossa espiritualidade. Este salmo é um clamor do penitente à misericórdia de Deus pelos pecados cometidos.

Amados irmãos e irmãs, em consonância com o Ano Santo da Misericórdia meditemos o salmo 50, que nos impulsiona a mergulhar no grandioso e pleno mistério da salvação, que nos é dado através da misericórdia, tal indulgência, que nos é deferida através do perdão e do arrependimento. A sobrevivência de qualquer comunidade humana dependerá da capacidade que seus membros têm de perdoar.

Sem a experiência do perdão não há nenhuma comunidade que possa se sustentar por muito tempo. “Vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois… apresente sua oferta.” ( Mt 5:24 ), no ato de perdoar o próximo de reconciliar-se com ele, Deus se faz presente, portanto, o perdão supera os limites humanos. Quando praticamos o perdão agimos em conformidade com a vontade de Deus, que nos concede generosamente o seu perdão. Para tanto o próprio Deus na imensidão do seu amor fecha os nossos olhos para a maldade humana quando nos reconhecemos pecadores e voltamos a ele.

Enfim, a capacidade divina de perdoar é ilimitada. Deus conhece perfeitamente o ser humano, e sabe muito bem que sua fidelidade pode não ser definitiva. Quem é perdoado hoje pode voltar a pecar amanhã. No entanto, todo aquele que se converte e volta arrependido, encontrará um Pai bondoso e misericordioso para acolhê-lo. Feliz, Santa e Abençoada Páscoa!!!

Oração: Pai, é meu desejo imitar teu modo de agir, no tocante ao perdão. Faze-me ser pródigo e misericordioso em relação ao próximo que precisa do meu perdão.

Texto: Seminarista Milton César de Assis.