900 peças levaram alegria a meninos e meninas de São João das Missões,
Bonito de Minas e Juvenília, cidades com os menores Índices de Desenvolvimento
Humano do Estado
No início do mês,
brinquedos e jogos de madeira produzidos dentro das marcenarias instaladas no
Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, e na Penitenciária José
Edson Cavalieri, em Juiz de Fora, chegaram às mãos de crianças de três cidades
do Norte de Minas: São João das Missões, Bonito de Minas e Juvenília. As peças
foram entregues por cerca de 150 voluntários da Organização Não Governamental
(ONG) Amigos de Minas, junto com 25 mil quilos de alimentos e 850 quilos de
roupas arrecadados pela instituição. Todos os brinquedos foram produzidos por
presos, desde o corte da madeira, polia e pintura.
Durante a entrega,
feita pelos voluntários da ONG, os irmãos Elenilson e Ariel, 8 e 11 anos
respectivamente, escolheram carrinhos de madeira e já saíram brincando pelo
quintal da casa, na Comunidade Catinguinha, situada dentro da Reserva Indígena
dos Xacriabás, em São João das Missões. O município tem o menor Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) de Minas Gerais, por isso foi um dos escolhidos
pela ONG Amigos de Minas para receber as doações.
A superintendente
de Humanização do Atendimento, Louise Bernardes França, do Departamento
Penitenciário de Minas Gerais (Depen MG), considera a doação dos brinquedos um
movimento dotado de “representações de altíssima relevância” aos presos e à
sociedade. “Para os presos, significa incentivo para continuidade da
contribuição social, por meio de seu trabalho. Já para a sociedade,
demonstração dos frutos positivos alcançados pela ressocialização dos
recuperandos”, destaca a superintendente. O projeto é uma iniciativa do Depen
MG, da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp),
viabilizado pela Diretoria de Trabalho e Produção.
Tamyres Cristina
Oliveira, 25 anos, é uma das voluntárias que percorreu mais de uma hora em
estrada de terra, na carroceria de um caminhão, para fazer as doações em São
João das Missões. Ela atua nesta missão há mais de três anos, já participou de
dez entregas, desde a entrada no grupo, e desta vez ainda levou o pai e a mãe
para trabalharem voluntariamente. “Os brinquedos são muito bem feitos e ainda
trazem um grande valor agregado. As crianças adoraram, especialmente por serem
de madeira e coloridos” destacou a voluntária.
Fábrica da Alegria
A maior parte dos
brinquedos doados no Norte de Minas foram confeccionados com madeira ilegal,
apreendida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad). O projeto Fábrica da Alegria começou na Penitenciária José
Edson Cavalieri, por meio do Tribunal de Justiça, e em seguida foi implantado
no Complexo Penitenciário Nelson Hungria.
As peças criadas e
fabricadas por presos estão presentes na brinquedoteca do Hospital da Baleia,
na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente e na Delegacia de Plantão
Especializada em Atendimento à Mulher, dentre outras instituições. Eles trazem
um pouco de alegria e distração para as crianças, que precisam dos serviços de
entidades e órgãos públicos.
Duas outras
unidades prisionais passaram a integrar, recentemente, o Projeto Fábrica da
Alegria: as penitenciárias de Três Corações, no Sul de Minas, e a Dênio Moreira
de Carvalho, em Ipaba, com a produção de peças em suas oficinas.
Amigo de Minas
A ONG Amigos de
Minas foi criada em 2001, por Idair Antônio Vieira após a perda de um de seus
filhos em um acidente de carro. Com o dinheiro recebido pelo seguro DPVAT, ele
e a família decidiram ajudar com alimentos famílias necessitadas da cidade de
Pai Pedro, no Norte de Minas.
Para a entrega foi
necessária a utilização de duas carretas para o transporte de todo o material,
mais os veículos de apoio. Foram cerca de 1.500 pessoas envolvidas em
arrecadação, separação de material, empacotamento, carregamento das carretas,
mobilização de recursos e entrega. A próxima será realizada em dezembro, e toda
a logística dobra de tamanho.
“É um trabalho
transformador!”, considera Marlene Valverde, voluntária da ONG desde a
fundação. Ela conhece as histórias de vida de centenas de moradores dos
municípios atendidos, e continua viajando em caminhões e caminhonetes, levando
alimentos e esperança para o Norte de Minas.
Fonte: Site da SEAP
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