Dom Romualdo Matias Kujawski
Bispo de Porto Nacional e Membro Sinodal
*Pastoral Carcerária Nacional
Bispo de Porto Nacional e Membro Sinodal
*Pastoral Carcerária Nacional
“Com efeito, sabemos
que toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto!”
(Rm 8, 22)
Durante
os dias compreendidos entre 06 e 27 de Outubro de 2019 realizar-se-á, no
Vaticano, o Sínodo que congregará os Bispos da Região Pan-Amazônica, para
refletir e partilhar o seguinte tema: “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e
para uma ecologia integral”. O documento de trabalho deste Sínodo:
“Instrumentum Laboris” foi publicado no dia 17 de Junho deste ano. O texto é
composto por 147 pontos divididos em 21 capítulos separados por três partes: A
primeira parte se titulada “a voz da Amazônia” e tem a finalidade de apresentar
a realidade do território e de seus povos. Na segunda parte, intitulada
“Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres,” adverte-se sobre a
“destruição extrativista”, abordam questões relevantes como “os povos indígenas
em isolamento voluntário (PIAV)” e outros fenômenos de interesse mundial, como
“a migração”, “a urbanização”, “a família e a comunidade”, “a saúde”, “a
educação integral” e “a corrupção”. Na terceira e última parte do documento,
encontramos os escritos sobre os desafios e esperanças da região e incentiva a
Igreja a ter um papel “profético na Amazônia”, apresentando “a problemática
eclesiológica e pastoral” da região.
Seguem
abaixo algumas perguntas e respostas sobre esse tema, que poderão dirimir
certas dúvidas que possam existir:
Primeiramente, o que é o Sínodo?
A palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.
A palavra “sínodo” vem de duas palavras gregas: “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. Logo, o Sínodo dos Bispos pode ser definido como uma reunião do episcopado da Igreja Católica com o Papa para discutir algum assunto em especial, auxiliando o Santo Padre no governo da Igreja.
Quais os assuntos serão tratados no Sínodo?
No centro das deliberações será a situação dos povos da Amazônia. O “Instrumentum Laboris” destaca os problemas, que surgem da exploração descontrolada da riqueza natural da Amazônia e afetam a ecologia da Região. Entre os grandes problemas destacam-se os desmatamentos, garimpos descontrolados, grandes projetos hidroelétricos, monoculturas e desrespeito às tribos indígenas, suas culturas e territórios de domínio.
No centro das deliberações será a situação dos povos da Amazônia. O “Instrumentum Laboris” destaca os problemas, que surgem da exploração descontrolada da riqueza natural da Amazônia e afetam a ecologia da Região. Entre os grandes problemas destacam-se os desmatamentos, garimpos descontrolados, grandes projetos hidroelétricos, monoculturas e desrespeito às tribos indígenas, suas culturas e territórios de domínio.
Entre
os temas eclesiásticos encontram-se as questões das tradições locais e
assistência pastoral no vasto território da Amazônia. Outro ponto, até bastante
polêmico é o estudo da possibilidade de, na falta das vocações sacerdotais
serem ordenados homens casados, de boa índole moral e provenientes das
comunidades locais. Não se pode esquecer que a Igreja sempre cresce e se
organiza a partir da Eucaristia. Também devem ser repensadas as funções dos
leigos como lideranças nas comunidades, além de ampliar as tarefas destinadas
às mulheres.
Quem participará do Sínodo?
Os Bispos Diocesanos de todas as nove províncias eclesiásticas da Região Pan-amazônica, incluindo Bolívia, Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname. Também participarão alguns membros dos dicastérios da Cúria Romana, membros da eclesial rede Pan-amazônica (REPAM) e representantes do Conselho que prepararam o Sínodo.
Os Bispos Diocesanos de todas as nove províncias eclesiásticas da Região Pan-amazônica, incluindo Bolívia, Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Guianas e Suriname. Também participarão alguns membros dos dicastérios da Cúria Romana, membros da eclesial rede Pan-amazônica (REPAM) e representantes do Conselho que prepararam o Sínodo.
Além
disso, estarão presentes alguns religiosos que se envolvem pastoralmente na
Amazônia, escolhidos pelos Superiores Gerais. O Papa Francisco também nomeou
alguns peritos, leigos e eclesiásticos, que ajudarão na redação dos documentos
do Sínodo. Terão direito à voz os representantes do “grito do povo” amazonense.
O quadro então se completa com os observadores, os delegados das Igrejas
Cristas, que atuam na Amazônia e representantes das Instituições e religiões
não cristas.
Como trabalhará o Sínodo?
Estão previstos debates, plenárias com a presença do Papa, além dos trabalhos realizados em pequenos grupos de articulação em relação aos assuntos. A tarefa importante de sintetizar os debates cabe ao relator geral do Sínodo, Cardeal Cláudio Humes (Brasil), que é também Presidente da REPAM. Ele terá dois secretários especiais: Dom David Martinez de Aguirre Guinea (Vigário Apostólico de Puerto Maldonado – Peru) e Frei Michael Czerny da Cúria Romana (Dicastério dos Migrantes, Refugiados e Desenvolvimento Integral da Pessoa Humana). Um grande conselheiro que também participará será D. Erwin Kreuter, Bispo Emérito da Prelazia do Xingu do Araguaia (Brasil).
Estão previstos debates, plenárias com a presença do Papa, além dos trabalhos realizados em pequenos grupos de articulação em relação aos assuntos. A tarefa importante de sintetizar os debates cabe ao relator geral do Sínodo, Cardeal Cláudio Humes (Brasil), que é também Presidente da REPAM. Ele terá dois secretários especiais: Dom David Martinez de Aguirre Guinea (Vigário Apostólico de Puerto Maldonado – Peru) e Frei Michael Czerny da Cúria Romana (Dicastério dos Migrantes, Refugiados e Desenvolvimento Integral da Pessoa Humana). Um grande conselheiro que também participará será D. Erwin Kreuter, Bispo Emérito da Prelazia do Xingu do Araguaia (Brasil).
Porque este Sínodo é tão importante para a Igreja?
A Região da Amazônia é chamada de “pulmões verdes do mundo” e por isso é considerado importante em sua influência para o clima de todo o planeta. Assim sendo, todos os abusos ecológicos na Amazônia influenciam negativamente para toda humanidade.
A Região da Amazônia é chamada de “pulmões verdes do mundo” e por isso é considerado importante em sua influência para o clima de todo o planeta. Assim sendo, todos os abusos ecológicos na Amazônia influenciam negativamente para toda humanidade.
No
contexto eclesial, as novas propostas pastorais no território amazonense podem
tornar-se modelos para outras Igrejas locais. Com ressalvas é claro, porque não
se poderão copiar soluções pastorais na Amazônia em toda a Igreja.
O que acontecerá com os resultados do Sínodo?
Na última semana, os membros do Sínodo trabalharão a redação final do documento, que será entregue ao Santo Padre, o Papa Francisco. Este documento não causará nenhum efeito jurídico. Caberá ao Papa a publicação do documento final, na forma de Exortação Apostólica Pós-sinodal.
Na última semana, os membros do Sínodo trabalharão a redação final do documento, que será entregue ao Santo Padre, o Papa Francisco. Este documento não causará nenhum efeito jurídico. Caberá ao Papa a publicação do documento final, na forma de Exortação Apostólica Pós-sinodal.